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domingo, 23 de janeiro de 2011

A NAMORADA

A NAMORADA

Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-rnail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da
goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.

Manoel de Barros