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domingo, 23 de janeiro de 2011

ESTE INFERNO DE AMAR

Este Inferno de Amar

Este inferno de amar _ como eu amo! _
Quem mo pôs aqui n’alma...quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida _ e que a vida destrói _
Como é que se veio atear,
Quando _ ai quando se há de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... _foi um sonho_
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio , ai de mim! despertar?

só me lembra que um dia formoso
Eu passei ...dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? _ Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...

(GARRETT, João Batista Leitão de Almeida. Folhas Caídas, introd. de José Gomes Ferreira, Lisboa, Portugália, 1955, p.91)